Ingerir Ultraprocessados Durante 1 Mês

 O que acontece com a sua saúde quando você come ultraprocessados por um mês?

O médico e apresentador britânico Chris Van Tulleken resolveu fazer o experimento — e compartilhou sua experiência com o público no jornal Daily Mail.

O início do relato, escrito em inglês, já resume o que Tulleken viveu: “Meras quatro semanas — o necessário para um acúmulo de gordura que me fez deixar de ter um peso saudável e passar a ter sobrepeso, colocando minha saúde em um risco real”, diz.

Sob supervisão científica, o médico aderiu a uma dieta em que 80% das calorias vinha de alimentos ultraprocessados. Segundo ele, a ideia não era ganhar peso, mas experimentar a alimentação cotidiana de milhões de britânicos (inclusive crianças). “Esta quantidade de ultraprocessados pode parecer extrema, mas 20% dos adultos têm esse nível de consumo.”

Alguns dos itens da dieta de Tulleken foram nuggets de frango, lasanha congelada e cereal matinal. O médico conta que até tentou isolar sua família do experimento, mas não foi possível: é duro resistir aos ultraprocessados.

A sedução destes produtos foi comprovada por ele por meio de registros de sua atividade cerebral. Ao fim da dieta, Tulleken percebeu estímulos em áreas não usuais do cérebro, sobretudo nos mecanismos de recompensa e hábitos. Isso indica que ele passou a construir uma forte tendência a ingerir ultraprocessados, o que permaneceu mesmo após o fim do experimento.

Ao longo das quatro semanas, Tulleken colecionou momentos de mal-estar: constipação (pelo baixo teor de fibras), problemas para dormir, aumento da sede (pelo excesso de sal), azia, ausência total de libido. E, mesmo assim, era cada vez mais difícil parar de ingerir ultraprocessados.

A experiência fez com que o médico ganhasse 6,5 kg, além do aumento de 30% nos hormônios relacionados à fome e queda significativa nos hormônios de saciedade.

“O objetivo dos ultraprocessados não é nutrir você — não é comida feita com amor: é comida feita a partir dos ingredientes mais baratos e criadas para consumo em excesso”, diz.

Matéria da nutricionista Mirian Possato

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