Zeólita – Super Suplemento?
Bora de um pouco de polêmica. A zeólita é um mineral poroso conhecida pelas suas propriedades de absorvência e troca iônica. Ela é formada através do contato vulcânico com a água (coisa chique, né?).
Temos cerca de 240 “tipos diferentes” de zeólita com estruturas únicas, sendo a mais comum na forma de clinoptilolita.
A alta capacidade de absorvência da zeólita torna ela uma importante candidata à remover substâncias nocivas como metais pesados, amônia ou outras toxinas do nosso trato gastrointestinal. Pelo menos é o que ouvimos.
Mas será que ela funciona? E mais importante, será que seu uso é seguro?
Hoje trago para vocês um artigo de revisão publicado em 2019 que avaliou os efeitos do uso da zeólita em diferentes estudos, principalmente com foco na sua atividade destoxificante.
Em animais, o uso da zeólita teve um resultado positivo no equilíbrio da microbiota intestinal, diminuição dos efeitos tóxicos da aflatoxina (comum em rações) e um aumento da capacidade antioxidante, com níveis de catalase, peroxidase e SOD aumenta (enzimas e complexos antioxidantes). Estudos em animais também mostram um efeito imunomodulador da zeólita, aumento a produção de linfócitos B e IgA – 2 mecanismos importantes envolvidos na nossa defesa imune.
Ta, mas e em humanos? Temos um estudo realizado em 2015 que mostrou que suplementação de zeólita em atletas melhorou a integridade da barreira intestinal, reduziu a concentração de zonulina (um marcador importante de permeabilidade intestinal) e os autores também relataram uma melhora nos sintomas de náusea e diarreia nesses atletas.
Acredito sim que tenha seu valor, mas temos pouquíssimos bons estudos em humanos e é por isso que raramente prescrevo. Existem outras substâncias mais seguras e mais estudadas com efeitos similares.
E ainda temos que investigar se essa habilidade de troca iônica da zeólita pode interferir com o equilíbrio de micronutrientes e vale citar que nem todos os tipos de zeólita são seguros. A zeólita erionita por exemplo já foi associada a um maior risco para alguns tipos de câncer.
doi: 10.3390/molecules24081517
doi: 10.1590/0103-8478cr20160344.
doi: 10.1186/s12970-015-0101-z
doi: 10.3389/fmicb.2016.01491.

Matéria do Nutricionista Felipe Rossini
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